Moradores da cidade de Simões Filho, na Bahia, denunciam Fábrica de manganês por contaminação há mais de 40 anos


Nessa terça feira (06) o Bahia meio dia publicou um noticiário que abordava um assunto referente a uma empresa que funciona há mais de 40 anos na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e que a mesma vem causando sérios danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas que moram nas suas proximidades. Nesse longo período de funcionamento, moradores vinham denunciando a fábrica de aço da mineradora Vale por contaminação com pó do manganês. Segundo eles, entre os danos causados pela exposição e inalação estão doenças respiratórias, neurológicas e de desenvolvimento motor. Mesmo com um grande número de pessoas testadas no sangue e no cabelo, com resultados positivos, a Vale nega as acusações.

O manganês é um metal pesado, com potencial tóxico, usado na produção de ligas metálicas e pilhas. A siderúrgica da Vale fica no bairro de Cotegipe. Uma das famílias afetadas é a da trabalhadora rural Edilma Cardoso, que teve todos os cinco filhos contaminados pelo metal comprovados com exames de sangue.
De acordo com o G1, o Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) faz pesquisa no local há pelo menos 10 anos. Todos os testes já apontaram que a exposição e inalação do manganês é a causa dos problemas de saúde da população de Cotegipe.
O manganês, que é um produto prejudicial ao cérebro, afeta principalmente às crianças. "esse manganês não fica só na região do cérebro, mas também no córtex cerebral, e daí os efeitos são percebidos em outra esfera neurológica, como a questão cognitiva e comportamental", detalhou o professor da Ufba José Antônio Menezes, que também faz pesquisas na localidade.

Um ex funcionário da Vale explica que trabalhou 20 anos na fábrica e afirmou que após esse período, se aposentou por invalidez e conta que enfrente diversos problemas de saúde, já que trabalhava em contato direto com o minério.
A Vale disse, ainda em nota, que fez um estudo epidemiológico com os funcionários entre 2006 e 2013 e não detectou distúrbios de qualquer natureza que possam estar relacionados à intoxicação por manganês.
A exploração pela Vale foi permitida com um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre a empresa e a prefeitura de Simões Filho no ano de 2001, com intermediação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
A principal condição para que a indústria se instalasse era de que houvesse contrapartida de benefícios para a comunidade. Além disso, a Vale teve que instalar filtros nas chaminés da siderúrgica, pagar uma verba para recuperação de danos ambientais, fazer testes periódicos com os moradores, entre outras cláusulas.

Segundo a Vale e o MP-BA, o TAC foi cumprido. O TAC previa também que a Vale deveria construir um loteamento, em um terreno doado pela prefeitura de Simões Filho, para os moradores. A empresa ficaria responsável pela instalação do loteamento com toda infraestrutura incluindo saneamento básico.
Ainda na mesma nota, a Vale afirmou que, atualmente, a empresa possui quatro estações de medição de material particular nas comunidades próximas à fábrica, com monitoramento semanal, e que os resultados são enviados para o órgão ambiental, sempre com as medições dentro dos parâmetros legais aceitáveis. A Vale não disse qual órgão. Fonte da notícia: G1.