Jaguatirica é morta por caçador na lagoa da CCC, em Candeias.

  

 Na manhã desta terça-feira (19), uma denúncia por meio de WhatsApp acusa um homem que é morador do bairro Urbis I de ter matado uma espécie de animal silvestre em extinção que vive em torno de uma APA (Área de proteção Ambiental) que foi instituída pelo Decreto Municipal N° 23, de 04 de junho de1993, no município de Candeias que é conhecida popularmente como Lagoa da CCC. 

 O denunciante que não quis se identificar entrou em contato com a nossa página e disse que por volta das 09:00 hs da manhã o caçador usava trajes de empresa de cor laranja, apareceu com o animal morto em um saco com caracteristicas semelhantes a uma jaguatirica ou um gato-do-mato-pequeno (espécie em extinção), foi onde o caçador chegou a exibir o abate para outras pessoas num lava-jato do bairro que fica próximo à quadra de esportes e ao colégio, o que chamou a atenção de curiosos que passavam próximo ao local. Conforme as características citadas pelo denunciante, o animal tratava-se de um felino de porte médio.

 O caçador denunciado que é conhecido no bairro pelo nome de "Misso"  e na praça do centro as pessoas o conhecem pelo apelido de "Pulga do mato" esse já vinha sendo alertado por outras pessoas do bairro e até mesmo por um ambientalista que desenvolve trabalhos voluntários na APA onde o animal foi morto, e de acordo com relatos, Nisso já vem praticando a caça há anos na reserva, de onde ele vem abatendo tatu, teiú, aves diversas, com o intuito de comercializar. O caçador vem atuando durante a noite para que ninguém venha notar a sua presença na mata. Outros tipos de animais, a exemplo de cachorro-do-mato e do guaxinim, estes também vem desaparecendo da reserva, já que essas espécies vem sendo monitorados todos os dias, e é notável a ausência de alguns. Não sabemos o motivos, mas, outras denúncias de que gaiolas vem sendo armadas na localidade com o intuito de capturar espécies. Frango-d'ágia, biguá, garça, tatu, teiú, jiboia, socó-dorminhoco, socó-boi; estes sãos os mais capturados e alguns vem sendo comercializados aqui mesmo na cidade. De acordo com denúncias, o caçador tentou vernder a jaguatirica morta a R$ 300,00 (trezentos reais). A pele do animal ainda não foi localizada. O suspeito chegou a alegar para os amigos que não matou o animal na lagoa da CCC, mas, em São Francisco do Conde. O caso continuará sendo averiguado.

 Alguns alertas já foram dados à SEMAA (Secretaria do Meio Ambiente de Candeias) no entanto, o caso foi tratado de forma fútil e nenhuma providência foi tomada até hoje. Por se tratar de uma área particular com acesso ao público do município, a reserva dispõe de seguranças que fazem ronda durante o dia. 

 Uma denúncia estará sendo encaminhada de imediato ao órgão ambiental competente no intuito de pedir a punição do caçador e averiguar de fato. Não houve nenhuma mobilização e nenhum interesse por parte da secretaria do meio ambiente de Candeias em averiguar o fato, Já que ocorreu dentro de uma APA a morte de um animal em extinção. Quando o caso foi postado na internet, diversas denúncias anônimas vieram chegando à nossa página sobre o caçador, e uma delas relata que o meliante é visto no bairro como uma pessoa perversa e sanguinária, e certa vez chegou a matar uma garça por pura perversidade. Ouçam a denúncia no áudio a seguir:


 Essa não foi a única jaguatirica morta nas imediações da lagoa. Um certo açougueiro chegou a confessar que já havia matado outro animal da mesma espécie na região, próximo de uma pista onde ocorre corridas de cavalo. O açougueiro relatou que viu um certo rebuliço na mata, algo se mexendo de um lado para o outro, e quando se aproximou para conferir o que estava acontecendo, ali estavam duas jaguatiricas brigando, por certo estavam disputando território, e ao ver os animais, o açougueiro pegou uma pedra e atirou contra a cabeça de uma delas, e acabou matando o animal. Ele relatou que o outro fugiu, mas ao lembrar do caso diz que mostra-se hoje arrependido do que fez, e que hoje jamais faria novamente. A frequência de algumas pessoas na APA tem provocados impactos negativos à fauna como também à flora, contando também com incêndios e desmatamentos, já que não há fiscalização por parte do poder público. A Lagoa tem sido útil para famílias que dependem da pesca, porém, de outro lado, há aqueles que frequentam o local com más intenções, por isso seria necessário sinalizações com placas de conscientização e uma campanha em massa nas comunidades.

 A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais lista a jaguatirica como estado de conservação "pouco preocupante" e ela está incluída no apêndice 1 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção. No passado estima-se que mais de 565 mil indivíduos tenham sido capturados entre os anos de 1968 e 1985, e por meio desses dados, diversos ambientalistas não se convencem de que o animal saiu da lista de espécies em extinção, ou seja, acreditam que a espécie continuam em fase de perigo devido a grande quantidade que foi sacrificada no passado.

 A prática da caça é crime conforme o parágrafo 5 Artigo 29 da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécies da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.

Imagem de uma jaguiatirica

Crimes e maus tratos contra animais silvestres, denúncie!

           Ibama - 0800 61 8080 / (71) 3433-1241

COPPA - 3116-9151

Polícia - 190

Inema - 0800-0711400

A caça de animais silvestres é crime e pode resultar em penalidades. A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. _
 

Atualizado em 06/01/2024