Moluscos e Crustáceos

Moluscos: Caracóis, caramujos, ostras, lesmas, polvos. Todos esses animais pertencem ao filo Mollusca. O nome do grupo já fornece uma pista sobre uma característica compartilhada por todos eles. Mollusca vem do latim Mollis, que significa "mole". Todos os moluscos possuem corpo mole, recoberto ou não por uma concha calcária.
O filo dos moluscos apresenta um grande número de espécies, ficando atrás apenas dos artrópodes. Eles podem ser encontrados em ambientes marinhos, de água doce ou terrestres. Muitos moluscos são utilizados na alimentação humana e a sua pesca ou coleta é uma importante atividade econômica de inúmeros países.
Outros, como o caramujo-gigante africano (Achatina fulica), são considerados espécies invasoras. As espécies invasoras podem competir com as espécies locais, prejudicando-as. Existe um grupo de moluscos marinhos, chamados de teredinídeos, que perfuram madeira, podendo estragar o casco de barcos, piers e outras estruturas.
Embora existam muitas e diferentes espécies de moluscos, o corpo de todos eles pode ser definido segundo um plano básico: cabeça, pé e massa visceral. A cabeça porta a boca, e pode ser extremamente reduzida em alguns grupos. O pé geralmente é uma sola achatada e muscular, situada na superfície ventral do corpo. A massa visceral corresponde a uma bolsa no interior da qual se encontram os órgãos internos. Muitas classes apresentam também uma concha que recobre e protege o corpo do animal. A concha é uma estrutura composta por carbonato de cálcio secretado por glândulas epidérmicas.
Sistema digestório e excretor
O sistema digestório dos moluscos é do tipo completo, ou seja, eles possuem boca e ânus, além de esôfago, estômago e intestino.
Muitos moluscos aquáticos se alimentam de pequenas algas que ficam presas às rochas ou outros pequenos organismos. Outros são carnívoros e chegam a se alimentar de animais de porte considerável, como ouriços, estrelas-do-mar e até mesmo outros moluscos. Porém, alguns são filtradores e retiram pequenas partículas orgânicas diretamente da água. Os moluscos terrestres, em sua maioria, se alimentam de pequenas plantas, como gramíneas, ou de partes, como folhas e flores, de plantas de maior porte.
Na boca da maioria dos moluscos não filtradores existe uma estrutura chamada rádula. A rádula assemelha-se a uma língua com inúmeros dentículos de quitina que raspam as superfícies retirando o alimento. Na boca dos cefalópodes há uma espécie de mandíbula, também quitinosa, que funciona como uma prensa para segurar o alimento.
Da boca o alimento segue pelo esôfago até atingir o estômago. No estômago existe uma região glandular que secreta enzimas digestivas. Após o estômago há um intestino longo e enrolado que, por fim, desemboca no ânus.
Os moluscos possuem um par de estruturas especializadas para a excreção, são os metanefrídios. Esses órgãos filtram as substâncias tóxicas do sangue, bem como reabsorvem aquelas que ainda podem ser aproveitadas.
Sistema respiratório
Como vimos, os moluscos apresentam uma grande variedade de formas e habitats. Portanto, as estruturas respiratórias também são muito variadas. Existem desde espécies que apresentam apenas respiração branquial, espécies que possuem brânquias e nas quais a cavidade do manto funciona como um pulmão (saco pulmonar), até espécies sem nenhuma brânquia e apenas com o saco pulmonar.
Sistema circulatório
Os moluscos possuem um coração situado na região dorsal do corpo. Do coração partem vasos sanguíneos que desembocam em cavidades chamadas de hemoceles. Das hemoceles o sangue passa para todos os tecidos do corpo. O sangue retorna ao coração passando pelas brânquias ou metanefrídios. O sangue dos moluscos possui um pigmento respiratório chamado hemocianina, cuja coloração é azulada.
Sistema nervoso e sensorial
O sistema nervoso dos moluscos é composto, basicamente, por um anel de nervos ao redor do esôfago e uma série de cordões nervosos que seguem para as demais regiões do corpo. O sistema sensorial é muito variado e depende do grupo. Alguns possuem estruturas, chamadas estatocistos, capazes de perceber variações ambientais, outros possuem tentáculos sensoriais e olhos.

A reprodução dos moluscos
Os moluscos podem ser hermafroditas ou apresentar sexos separados. A fecundação pode ser externa, com liberação dos gametas na água, ou interna. O desenvolvimento pode ser indireto, ou seja, apresentar uma fase larval, ou direto, quando do ovo já eclode forma jovem.
As diversas classes de moluscos:
Classe Aplacophora: Os aplacóforos são moluscos marinhos pouco conhecidos. Possuem corpo vermiforme e algumas espécies são capazes de viver em grandes profundidades. Em geral não ultrapassam alguns milímetros de comprimento e não possuem concha.

Classe Monoplacophora: Os monoplacóforos também são exclusivamente marinhos e habitam águas profundas. Seu corpo é totalmente recoberto por uma concha única, vindo daí seu nome (do grego mono: um).

Classe Polyplacophora: Os poliplacóforos são popularmente chamados de quítons e vivem aderidos a rochas nas regiões entre marés ou submersas. Sua concha é formada por uma série de oito placas sobrepostas e articuladas, por isso o nome Polyplacophora (do grego polys: muito).

Classe Scaphoda: Os escafópodos são exclusivamente marinhos e a maioria vive enterrada na areia ou lodo. São popularmente conhecidos como concha-dente. Isso porque possuem uma concha cilíndrica que lembra um dente, ou presa. O pé desses animais é musculoso e adaptado a escavar o substrato.

Classe Bivalvia: Os bivalves são um grupo grande e muito diverso. Existem espécies marinhas e de água doce. Alguns exemplos são as ostras, os mexilhões e os mariscos. Possuem uma concha composta por duas partes, chamadas de valvas, articuladas por uma espécie de dobradiça situada na região dorsal. Possuem uma cabeça reduzida e um pé estreito que lembra a forma de um machado.
São espécies de bivalves que produzem as pérolas. Estas nada mais são do que um corpo estranho que penetra entre a concha e o manto do molusco. Como forma de proteção, as glândulas epidérmicas vão envolvendo este objeto com camadas de uma substância lisa chamada nácar, originando uma bolinha brilhante que corresponde à pérola.

Classe Gastropoda: Os gastrópodes representam o maior grupo dentro dos moluscos. Existem espécies de água doce, marinhas e terrestres. Alguns gastrópodes bem conhecidos são as lesmas, os caracóis de jardim e os caramujos. Existem espécies com concha, geralmente espiralada, como os caracóis e caramujos, ou sem, como as lesmas. O nome do grupo faz referência ao seu pé dorsal e musculoso, situado abaixo do estômago (do grego gastros, estômago, e podos, pé).

Classe Cephalopoda: Os cefalópodes são exclusivamente marinhos e incluem as lulas, sépias, náutilos e polvos. A concha pode estar presente, como nos náutilos, ou ausente, como é o caso dos polvos, ou ser reduzida e interna, como ocorre com as lulas e sépias. Ao redor da cabeça geralmente há um círculo de tentáculos que atua na movimentação e captura de alimentos.
Muitas espécies possuem células especiais e pigmentadas chamadas cromatóforos, que permitem a esses animais mudar de coloração. Alguns cefalópodes, como as lulas, também são dotados de um pequeno órgão, em forma de saco, que contém um fluído escuro. Quando ameaçados, esses animais liberam o fluído, dificultando a visão do predador.
Fonte: Alice Dantas Brites, professora de biologia.
Crustáceos: Os crustáceos (filo Arthropoda, subfilo Crustacea), animais também geralmente aquáticos, têm um exosqueleto (uma espécie de esqueleto mas que em vez de estar no interior, protege pelo lado de fora dos animais, como uma carapaça dura). São crustáceos todas as lagostas, camarões, caranguejos ou cracas. é um subfilo do filo Arthropoda (artrópodes) que agrupa um numeroso e diversificado conjunto de invertebrados que inclui aproximadamente de 67 000 espécies validamente descritas.
Os crustáceos fazem parte do filo dos artrópodes, pois tem o corpo coberto com exoesqueleto quitinoso (geralmente rígido por causa de acumulo de carbonato de cálcio), segmentado, com apêndices (patas, antenas, asas) articulados e birremes, ou seja, dois ramos que saem da mesma base e são modificados conforme a função de cada indivíduo. A forma geral dos crustáceos é dividida em cabeça e corpo, porém cada uma dessas divisões tem subdivisões.
A cabeça é dividida em seis segmentos. O primeiro (pré-segmentar) é chamado de ácron e nos demais estão dispostos os olhos pedunculados, um par de antenas e as peças bucais formadas por um par de mandíbulas e dois pares de maxilas tendo os palpos no final de cada uma auxiliando na manipulação dos alimentos. Alguns animais formam uma carapaça dura na cabeça formado pela fusão dos segmentos.
O corpo pode ser dividido em duas partes (cefalotórax e abdômen) ou em três partes (cabeça, tórax e abdômen) e quantos segmentos há em cada uma dessas partes é variável sendo específico de cada espécie. O télson e urópodes juntos formam o último segmento do abdômen chamado de leque caudal que ajuda na locomoção. No corpo estão presentes os apêndices de locomoção que são geralmente cinco ou mais. Os pereópodes estão localizados no tórax e os pleópodes localizados no abdômen.
Os crustáceos são, em sua maioria marinhos, mas também tem representantes terrestre se de água doce, apresentam uma grande variedade de formas e funções. Os mais conhecidos são os que comemos como por exemplo camarões, lagostas, caranguejos. Porém, há também alguns crustáceos que são fixos em substratos como pedras e navios como as cracas; há os microscópicos que podem formar o zooplâncton que serve de comida para baleia, por exemplo.
Devido a rigidez do exoesqueleto os crustáceos não podem crescer continuamente, por isso eles se desenvolvem gradualmente nos ciclos de muda ou ecdise. Este ciclo é controlado por fatores ambientais e hormonais. Dentre os ambientais estão a disponibilidade de alimentos e a temperatura. Nesse ciclo há o rompimento da carapaça entre o abdômen e o tórax e a carapaça vai se destacando do corpo. A novo exoesqueleto dos animais é fino e flexível, então eles conseguem crescer até que o exoesqueleto endureça novamente. O período entre as duas mudas é curto quando o animal é jovem e vai ficando mais longo conforme o animal vai envelhecendo.
Digestão
O sistema digestivo dos crustáceos é completo. O estômago pode ser composto por duas câmaras: a cardíaca, que ajuda a triturar os alimentos devido a presença de dentinhos calcificados, e a pilórica, que digere os alimentos com enzimas.

Circulação
Os sistemas circulatórios e respiratórios estão conectados. O sistema circulatório é considerado aberto, ou seja, o sangue sai do coração pela aorta, circula em um espaço conhecido como hemocele e volta para os vasos sanguíneos. Nos lados de cada segmento do tórax tem brânquias que fazem as trocas gasosas e tem vasos sanguíneos infiltrados.

Excreção
Os excretas presentes na hemocele são levados para as glândulas verdes onde ocorre a filtração e a liberação pelo poro que se abre na base das antenas ou das maxilas.

Sistema nervoso
O sistema nervoso dos crustáceos é composto por um cérebro ganglionar que manda nervos para os demais órgãos e segmentos onde estão presentes gânglios menores. O sistema sensorial é composto pelos olhos, pelos mecanorreceptores e quimiorreceptores que estão presentes nas antes e nas peças bucais.

Reprodução
Os crustáceos são, em sua maioria, dioicos e realização fecundação interna e com desenvolvimento indireto que pode ser por metamorfose e anamorfose (desenvolvimento gradual), sendo as larvas geralmente livre natantes. Referência bibliográfica: Brusca e Brusca. Invertebrados - 2ª Edição.
Arquivado em: Artrópodes, Crustáceos.
Benefícios e Desvantagens No Consumo de Frutos do Mar
De 2% a 5% da população brasileira apresenta alergia a esses alimentos.
A combinação praia e verão é convidativa para o consumo de frutos do mar. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a procura por pescados aumenta no Estado, em média, 56% nos meses de janeiro e fevereiro. Nas peixarias, o cenário é o mesmo: segundo Gabriel Antonio Mendo da Cunha, sócio da Japesca, as vendas são até 30% maiores nesta época.
Os frutos do mar são ótimas fontes de vitaminas do complexo B e de minerais, além de ricos em proteínas, com destaque para o camarão, a lagosta e o siri - diz a nutricionista Gabriela Zanatta Port.
Mas de 2% a 5% da população brasileira apresenta alergia ao consumo desses alimentos. Os mesmos antígenos (substâncias estranhas ao organismo) encontrados em camarões, lulas e mexilhões também estão presentes nos ácaros. Logo, quem tem reações alérgicas a poeira está mais predisposto a ter alergia a esses alimentos. Veja os prós e contras de alguns frutos do mar.
Camarão

Benefícios: Rico em proteínas, cálcio, iodo, zinco e vitaminas do complexo B.
Contraindicações: Teor elevado de colesterol, mas é possível consumi-lo dentro de uma dieta equilibrada, sem riscos para a saúde cardiovascular. Apresenta purina, composto transformado em ácido úrico no organismo. Por isso, o consumo por quem já sofre com o excesso dessa substância no corpo deve ser controlado. Tem um antígeno na formação do tecido que pode disparar reação alérgica em algumas pessoas.
Polvo
Benefícios: Fonte de ômega 3, que auxilia no aumento do colesterol bom (HDL), cálcio, fósforo, potássio e selênio, antioxidantes que podem prevenir o câncer e o envelhecimento precoce. Contém vitaminas A, C e do complexo B.
Contraindicações: Rico em colesterol.
Lula

Benefícios: Fonte de proteína, importante para a construção de músculos, produção de hormônios e enzimas. Possui cálcio, vitamina B12, zinco e vitamina C.
Contraindicações:Contém um antígeno que pode gerar reação alérgica em algumas pessoas.

Marisco
Benefícios: Tem valor proteico e vitaminas B1, B2 e B6, ferro, potássio e zinco. Relativamente pobre em gordura, o que o torna pouco calórico.
Contraindicações: Por se alimentarem principalmente de resíduos, os mariscos podem acumular toxinas ou metais pesados que, se ingeridos em grandes quantidades, comprometem a saúde.
Siri
Benefícios: Rico em proteínas e ótima fonte de vitaminas A, B e C, zinco, sais minerais e cálcio. Consumo recomendado para idosos, na prevenção de doenças nos ossos e nas articulações.
Contraindicações: Não tem.
Ostra
Benefícios: Rica em zinco e ômega 3, fonte de proteína, baixo valor calórico, previne doenças cardiovasculares.
Contraindicações: Não tem.
Mexilhões
Benefícios: Fonte de proteínas, vitaminas, ferro, iodo, magnésio e ômega 3. Ajuda a combater a fadiga. Seu alto teor de potássio auxilia no controle da hipertensão e da retenção de líquidos. Contém glucosaminas, anti-inflamatório que ajuda na prevenção e combate de inflamações articulares.
Contraindicações: Pode causar alergia. Fonte: gauchazh.clicrbs.com.br
O Mundo Secreto dos Crustáceos


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