Após desmatamento, tratores seguem trabalhando em Mussurunga mesmo com determinação de suspensão das obras pela justiça


 Quem vive em outros estados e ouvem falar na Bahia e apreciam as belas fotografias de praias, cachoeiras, cerrados, e outras diversas reservas naturais existentes no estado, desconhecem o que de fato ocorre por aqui e a realidade é outra, pois, o estado que já foi chefiado por coronéis de engenhos no passado continua vivendo essa triste realidade, onde esses inimigos perversos não deixaram de existir, apenas mudaram de nome, e hoje, quem vem carregando as marcas da escravidão é a natureza. O meio ambiente vem sendo sacrificado e negociado em nome do lucro onde, em muitos casos, com apoio do governo local e órgãos ambientais associados. 

Um dos últimos fatos degradantes foi o ocorrido na Baía de Aratu, onde uma empresa conhecida como "Bahia Terminais" desmatou uma considerável área de vegetação de manguezal portada de licença do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o que causou sérios impactos sobre o ecossistema que é responsável pela reprodução de diversas espécies marinhas e, mesmo com o pedido de suspensão das obras pela justiça, a empresa ainda continua operando. Os órgãos estão respondendo por processo na justiça após autorizar a supressão da vegetação.

Outro caso semelhante a esse é o que vem ocorrendo na capital, e que está causando uma grande polêmica em Salvador, é o desmatamento de uma área de mata atlântica no bairro Mussurunga, onde grande parte da vegetação passou por um processo de desmatamento causando um forte impacto na natureza, promovendo desabrigo de diversas espécies da fauna gerando transtornos aos moradores locais, já que diversas espécies de animais passaram a invadir as residências após o crime ambiental.

Conforme o site G1, mesmo com a  determinação da justiça para a suspensão das obras da empresa ATF, a empresa que é responsável pelas obras continua trabalhando. O ministério público chegou a determinar a paralisação das obras. Ao entrar em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Sedur) e o órgão disse que recebeu o ofício do MP e que será analisado pelos técnicos do órgão. Na decisão, a justiça disse que a Sedur não poderia ter autorizado as obras porque o terreno não tem um dono, e a propriedade desse terreno está sendo discutida em outro processo na justiça. A empresa chegou a ser multada sendo obrigada  a reflorestar a área, porém, a mesma ameaça recorrer na justiça para que as obras continuem em andamento. 

Cobra de 4 metros encontrada após desmatamento
Atualizado em 20/07/2021